A aluna da AIC, Sofia Borghi, mergulhou de forma inovadora na realização de seu filme de conclusão do curso Filmworks, e criou uma uma produção subaquática. Com a trama de Olho de Peixe se desdobrando em 60% do tempo sob as águas, conversamos com a diretora para entender como foi esse processo e a preparação da equipe.
Como surgiu a ideia deste projeto?
“O filme surgiu a partir de uma imagem que vi de uma menina observando um aquário, logo já criei todo o roteiro e universo desse projeto!”
Olho de Peixe segue a história de Beatriz (Rayssa Zago), que cansada de sua rotina e vida monótona e exaustiva como garçonete no restaurante de seu tio, tem sua atenção fisgada pelo peixe que vive no aquário do seu trabalho. Esse peixe faz com que Bia mergulhe num universo subaquático onde conversarão sobre todos seus pensamentos e frustrações, mas o que Beatriz não sabe é que ela pode ter mergulhado em seu maior pesadelo.
Quais foram os maiores desafios ao fazer um filme subaquático?
“Muitos desafios! Para começar, tivemos que priorizar o bem-estar e a segurança da atriz e de toda a equipe. Certificamo-nos de que todos soubessem nadar, e eu fiz aulas de natação junto com a protagonista, Rayssa Zago, para praticarmos a resistência dela embaixo d’água, permitindo que, no dia, ela se concentrasse mais na atuação do que na respiração.”
Além disso, ela destacou a importância da presença de uma mergulhadora no set, Lucylli Alves, também aluna AIC formada pelo Técnico em Atuação para Cinema e TV.
Como foi dirigir embaixo da água?
“O filme era muito arriscado em vários aspectos; dirigir embaixo d’água não é uma tarefa fácil, definitivamente! Houve muita conversa nos ensaios; falamos sobre as intenções em cada momento para facilitar no dia da filmagem, tanto a atuação quanto a direção. Decidi dividir o diálogo dela com o peixe em cinco partes, marcadas em cinco intenções. Resumidamente, foram muitos ensaios e conversas para que, no dia, a atriz tivesse mais liberdade e não ficasse presa às falas, já que ela teria um bom entendimento sobre as intenções ao submergir.”
As gravações foram feitas com peixe de verdade?
“Essa curiosidade é interessante! Filmamos com um peixe de verdade, que é um ótimo ator, inclusive. Suas entradas e saídas nas cenas do aquário foram cirúrgicas”. Relembrou Sofia aos risos.
Como os professores da AIC te prepararam para o filme? Teve alguma aula de destaque?
“As aulas da Tuca me ajudaram muito a entender esse universo e a criar melhor a relação dos personagens. Fizemos algumas aulas com a participação do elenco, o que fez muita diferença. Pude me conectar muito mais com eles, e com certeza, eles também se conectaram muito.”