Débora Ivanov fecha Semana de Cinema e Mercado e fala sobre financiamento e novos negócios
Débora Ivanov, advogada e sócia-diretora da Gullane Entretenimento, foi a convidada da última noite da III Semana de Cinema e Mercado e fez um panorama geral sobre fontes de financiamento. Especialista nas áreas jurídica e de negócios, Débora também trouxe cases da Gullane e deu dicas sobre negociação.
Política Públicas
Débora começou citando as políticas públicas federais, onde se concentra a maior parte de recursos diretos e indiretos. Primeiro citou os incentivos indiretos: artigo 1º, 1A, 3º e 3A da Lei do Audiovisual e o artigo 39 da MP 2.228/01. Também citou os FUNCINES – Fundos de Financiamento da Industria Cinematográfica Nacional.
Falou sobre as políticas federais diretas: o PAR – Prêmio Adicional de Renda, conferido para as empresas de acordo com o desempenho comercial dos filmes brasileiros no mercado de salas de exibição do país; o PAQ – Programa ANCINE de Incentivo à Qualidade, que avalia a performance dos filmes em festivais; os Acordos, que seriam as coproduções internacionais; os Editais e por último; o FSA – Fundo Setorial do Audiovisual, que é a maior de todas as fontes de receita. “Em 2013 e 2014 o Fundo Setorial disponibilizou 1,2 bilhões”, revela Débora.
Débora também citou os incentivos locais (estaduais e municipais). Entre eles o impostos – ICMS, o ISS, o IPTU e os editais. “Existem também os incentivos diretos, que são mais raros, mais existem. Pode ser, por exemplo, uma negociação direta com a Rio Filmes”, conta.
Mercado Privado
Além das políticas públicas, outra fonte de financiamento são as privadas, como as coproduções, o MKT, os P&As, os licenciamentos e as linhas de créditos. “As coproduções são ótimas e podem ser feitas em pequenas e grandes produções. O MKT é um pouco mais difícil porque os filmes demoram para ficar prontos e às vezes os produtos ficam velhos antes do filme ficar pronto. Mas é uma ótima fonte. Os P&A são um dinheiro que os distribuidores antecipam do próprio bolso. Você pode negociar o licenciamento adiantado para TV e em último caso, tem os créditos de banco, mas esses, geralmente, são uma fria, pois os juros são muito altos”, conta.
Já no mercado internacional, existem as coproduções, os editais e as pré-vendas, quando o filme é vendido para o mercado internacional antes de ser lançado no Brasil.
Negociação
Débora trouxe um pouco de sua experiência para mostrar como negocia e produz as produções da Gullane. Contou sobre sete filmes e sete programas para a TV, cases bem diferentes e mostrou a composição de financiamento que foram usadas para cada um deles.
Por último Débora trouxe dicas de itens que podem ser negociados, como imagem, inserção de marcas e comunicação e falou sobre a atenção nas questões contratuais, como participação de receitas, prazos, território, derivados e subprodutos, direitos de distribuição, licenças para exibição e responsabilidades na produção, além de retenções prioritárias dos lucros dos filmes.