Rubens Ewald Filho na Semana de Cinema e Mercado
A Semana de Cinema e Mercado já faz parte do calendário da Academia Internacional de Cinema (AIC) há cinco anos, e foi criada para abrir o calendário do segundo semestre da escola para os alunos e para o público, pois a Semana também é aberta à comunidade.
Esse evento levou à AIC palestrantes da área de cinema e mercado, ou seja, profissionais que discutiram um pouco as possibilidades de comercialização, de viabilização de um filme, o cinema, portanto, de um ponto de vista de negócio, além de falar sobre como ocorre a pós-produção. Este ano, a Academia contou com a presença de quatro super profissionais nessa edição, são eles: Fabiano Gullane, Ariel Henrique, Samanta do Amaral, e quem abriu o ciclo de palestras foi nada mais nada menos, do que o maior crítico de cinema do Brasil, Rubens Ewald Filho.
Em sua fala, Ewald relembra como tudo começou, dos filmes que assistiu na infância e fez anotações em seus famigerados caderninhos ao convite para trabalhar no jornal Tribuna de Santos, onde fez sua primeira crítica sobre o filme “Pierrot le Fou”, de Jean-Luc Godard e de lá para a transmissão do Oscar.
Rubens relembra a infância, filho de fazendeiros, que cultivavam banana, uma família abastada, porém devido às seguidas enchentes, perderam tudo. Mas a ironia é que por ter uma mãe bastante controladora, nunca soube que tinha dinheiro. Não sabe se por ter vivido muito tempo sob esse controle, não possui muitas memórias de infância. Diz que sua vida começou aos nove.
Rubens atribui o que é ao cinema, “Eu devo muito ao cinema! Desde aqueles caderninhos onde eu comecei a fazer as primeiras críticas, o Oscar e num terceiro onde fazia uma espécie de dicionário de cineastas, tudo de maneira despretensiosa, que de alguma forma me tiravam da minha vida solitária e me levavam para um mundo de sonho até chegar aonde cheguei e ser quem eu sou. E tudo por conta do cinema.”
NETWORK
Por definição “network é uma corrente de conexões, de contatos e relacionamentos que podem ajudá-lo a alcançar seus objetivos profissionais”, assim, Ewald destacou o fato de que, quem faz cinema, não deve fazê-lo sozinho, precisa de ajuda, precisa das pessoas como parceiras na realização desse empreendimento, para que se tenha sucesso: “sozinho você não constrói nada. Serão essas pessoas que podem orientá-lo e direcioná-lo a percorrer o melhor caminho para se chegar ao seu objetivo”.
CINEMA BRASILEIRO
Para Rubens, o problema do cinema brasileiro não é o púbico, mas ele atribui o fato de as pessoas não irem muito ao cinema ao valor que se cobra pelo ingresso, à crise que acaba afastando também o grande público das salas de exibição; “a gente precisa de melhores empregos para poder consumir”, por exemplo.
SÉRIES – O FUTURO
Rubens comentou com os presentes que o cinema está vivendo uma revolução, assim, foi perguntado a ele se para encontrar seu lugar ao sol, tomar o caminho das séries seria uma possibilidade de alcançar o sucesso.
Para Ewald, “as séries já deram certo e provocaram uma revolução no gosto, na maneira de contar uma história, na qualidade do trabalho e pelo que tenho ouvido, no Brasil também. Entre assistir um filme e uma série, elas preferem a série. A mudança está aí, mas o Brasil ainda está engatinhando e por isso há muito a se fazer”.