Academia Internacional de Cinema (AIC)

18 Curiosidades sobre a AIC

Esta semana a Academia Internacional de Cinema (AIC) celebra sua maioridade: 18 anos de história, contada através dos quase 4 mil filmes produzidos por alunas e alunos. Uma história que acompanha e se mistura ao crescimento do mercado audiovisual brasileiro.

 

Separamos 18 curiosidades sobre a escola. Confira e conta para gente: qual delas você já conhecia?!

 


 

  1. A AIC nasceu de forma DIY – Do it Yourself – literalmente, com uma ideia na cabeça e duas câmeras (e dois MACs na mão), fundada por Steven Richter, Flávia Rocha e Adriano Diniz. O sucesso imediato já na primeira turma colocou a AIC num percurso de crescimento, e o prestígio dos cursos rapidamente se difundiu.
  1. Antes de chegar a São Paulo, em 2006, a AIC foi fundada em Curitiba um ano e meio antes, exatamente no dia 05 de agosto de 2004. Na ocasião se chamava Academia Internacional de Cinema de Curitiba (AICC). A mudança para São Paulo foi uma escolha natural, já que a maioria dos alunos nesses anos inaugurais eram da capital paulista e haviam se mudado para Curitiba especialmente para estudar na AIC.
  1. O projeto inaugural da AICC teve alguns entusiastas ilustres na capital paranaense, entre eles o arquiteto e urbanista Fernando Canalli, que gentilmente nos proporcionou a planta de reforma de um prédio que estava totalmente abandonado, tornando-o apropriado para a instalação da sede da escola em Curitiba, na época, no bairro Rebouças, que estava sendo revitalizado.
  1. Já na primeira turma, em 2004, o Filmworks revelou novos talentos, alunos hoje com carreiras consolidadas como o diretor Cristiano Burlan e o artista de VFX Abel Vargas (dentre tantos outros).
  1. Os professores dos anos inaugurais da AIC 2004/2005 eram, em grande parte, profissionais de outros países — Estados Unidos, Alemanha, Colômbia, Polônia, Itália, Espanha — criando um ambiente criativo colaborativo em que se falava tanto de cinema brasileiro, como do cinema mundial. Um dos professores da turma inaugural foi o cinematógrafo polonês Grezgorz Kedzierski, vindo da famosa escola de Lodz.
  2. Steven Richter, fundador da AIC, tem uma história curiosa sobre como o prédio da AIC em São Paulo, sede da escola até hoje, foi encontrada. “Nós estávamos planejando a mudança de Curitiba e procurando por um lugar adequado, mas sem sucesso. Então, um corretor nos levou à casa em frente de onde estamos localizados atualmente. Eu estava cansado, porque havia falado em detalhes sobre o que precisávamos e o local não atendia às nossas necessidades. Lembro que era um dia muito quente e esse era o último lugar que iríamos visitar, depois de uma semana de busca. Eu atravessei a rua e apoiei minha cabeça no portão do prédio que hoje é a AIC, dizendo a mim mesmo: ‘Vou ter que voltar para Curitiba de mãos vazias’. Foi então que ergui a cabeça e vi o imóvel, perguntei ao corretor se estava disponível e se poderíamos visita-lo. Ele nos mostrou o interior e era absolutamente perfeito. Depois, mostrou a parte dos fundos e havia um estúdio já construído. Lembro-me de entrar no estúdio e pensar que iria chorar de felicidade. Não sou uma pessoa religiosa, mas aquele espaço estava destinado a nós e acho que era nosso destino estar naquela cidade.”
  1. O Filmworks foi o primeiro curso oferecido pela AIC, e já estava organizado nos moldes do programa técnico que é oferecido hoje, mas numa modalidade de curso livre. Foi reconhecido como curso técnico pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo em 2008.
  1. O prédio que abriga a sede da AIC em São Paulo já foi o endereço do Consulado da Polônia. O casarão, de 1927, é uma das relíquias da época em que o bairro de Santa Cecília ainda uma área essencialmente rural, e a planta original contava até mesmo com um estábulo, onde hoje fica a sala de equipamentos da escola.
  1. Os grafites que dão cor às paredes do casarão da AIC foram pintados todos num único dia, em 2008. Foram o resultado de um evento em que convidamos artistas de rua para fazerem uma intervenção freestyle na casa. Ficou tão bonito que a arte permanece até hoje, e se tornou uma marca registrada dos espaços.
  1. Sabe o filme “A Bruxa de Blair”? O ator Joshua Leonard, que faz o papel do cameraman “Josh” nesse clássico do terror indie de 1999 é amigo do diretor da AIC, Steven Richter, mesmo antes do sucesso. Na época de faculdade, eles fizeram trilhas e acamparam juntos pela América Central e do Sul. Joshua Leonard, que hoje é ator e diretor em Hollywood, casado com a atriz Alison Pill, esteve na AIC em 2005, e deu palestras em Curitiba e em São Paulo (num evento da AIC na Cultura Inglesa).
  1. A premiada (e amada) cineasta argentina Lucrécia Martel (“O Pântano”, “A Menina Santa”, “A Mulher sem Cabeça”, “Zama”) é convidada recorrente na AIC, presencialmente e ministrando cursos online. Sua primeira visita ao Brasil foi em 2007, a convite da AIC. O sucesso foi tão grande, que horas antes do início da palestra havia uma fila na porta da escola dando volta no quarteirão. Nossa equipe tinha um bom problema nas mãos: como acomodar tanta gente num estúdio com capacidade para 120 lugares? Lucrécia Martel foi maravilhosa: topou fazer duas palestras, uma seguida da outra, e assim um número maior de pessoas puderam assistir.
  1. Robert McKee esteve na AIC em 2010 para uma palestra. Ele é considerado dos maiores teóricos do roteiro do mundo, autor de “Story”, um dos mais influentes e seminais livros já escritos sobre o tema, adotado por universidades e escolas de audiovisual mundo afora.
  1. O videomaker francês Vincent Moon, diretor do Take Away Shows, realizador de videoclipes com alguns dos maiores músicos do mundo (Tom Jones, R.E.M., Arcade Fire, Beirut…), esteve na AIC em 2010, onde realizou com alunos o workshop “Temporary São Paulo”, com música brasileira.
  1. Além dos grandes professores que lecionam nos cursos tradicionais da escola, alguns dos maiores cineastas brasileiros já deram aulas e palestras na AIC: Neville de Almeida, Tata Amaral, Vicente Amorim, Karim Aïnouz, Claudio Assis, Philippe Barcinzki, Beto Brant, Lais Bodansky, Eliane Caffe, Lina Chamie, Fernando Coimbra, Eduardo Coutinho, Jefferson D., José Dumont, Carlos Ebert, José Henrique Fonseca, Mauro Lima, Suzana Lira, Ugo Giorgetti, Kiko Goifman, Vera Hamburger, Felipe Lacerda, Sandra Kogut, Gabriel Mascaro, Leonardo Medeiros, Kleber Mendonça Filho, Evaldo Mocarzel, Roberto Moreira, George Moura, Wagner Moura, Lucia Murat, Paulo Morelli, João Moreira Salles, Maria Augusta Ramos, André Ristum, Breno Silveira, Andrea Tonacci, Luis Vilaça, Jose Wilker, entre outros grandes profissionais. A lista é enorme!
  1. Em 2015 Giorgio Armani e o canal de TV italiano RAI convidaram a AIC para ser uma das quatro escolas de audiovisual participantes da segunda edição do Films of City Frames. A aluna Juliana Valente, do Filmworks, teve seu argumento escolhido e recebeu recursos para realizar o filme. O seu curta foi exibido no BFI London Film Festival, onde ela e o coordenador da AIC encontraram com a atriz Helen Mirren, que apresentou o projeto. Aliás, Helen Mirren disse que adorou o filme!
  1. A AIC já concedeu centenas bolsas de estudo ao longo dos anos de diversas formas, via parcerias com instituições sociais (Instituto Criar, Observatório de Favelas, Viração, Educafro, Gerando Falcões, Kabum! Lab, entre outros) bem como premiações em festivais e eventos (Festival de Brasília, Mostra Internacional de Cinema, Rio 2C, Festival do Minuto, Mostra Tiradentes, Festival de Goiânia, Festival Guarnicê, Los Angeles Brazilian Film Festival, Cinefantasy, FRAPA, e muitos outros…), bem como via concursos criativos, e através de seleção direta a partir de candidaturas na própria AIC.
  1. Filmes de alunos já passaram por grandes festivais internacionais. Entre os maiores estão Cannes, Berlin e Sundance. O prêmio mais recente foi em Cannes em 2021 para o filme “Cantareira” dirigido pelo então aluno Rodrigo Ribeyro. O curta conquistou o terceiro lugar na Mostra Cinéfondation, focada em novos diretores, concorrendo com mais de 1800 filmes, representando 490 escolas de cinema do mundo. O filme foi produzido como trabalho de conclusão do curso Filmworks e contou com a participação de outros alunos da AIC, tanto do Filmworks como de outros três cursos: Produção Audiovisual, Direção de Arte e Técnico em Atuação para Cinema e TV, um exemplo típico do trabalho colaborativo e networking entre alunos de diferentes cursos e especialidades que acontece na escola.
  1. A AIC já formou mais de 28 mil profissionais para o mercado de trabalho. Isso significa, basicamente, que onde quer que se vá, seja uma produtora, um festival, uma distribuidora, uma agência, um estúdio, um set de filmagem… iremos encontrar alguém que estudou na AIC! =)

*Foto em destaque: filme “Cantareira” do aluno Rodrigo Ribeyro. 

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