Alguns dos mais cultuados diretores do mundo eram (ou ainda são) cinéfilos assumidos. Stanley Kubrick, por exemplo, tinha uma verdadeira obsessão por filmes. Quentin Tarantino diz que aprendeu a fazer cinema vendo o trabalho de outros cineastas.
Já a diretora Greta Gerwig recentemente afirmou: “Eu amo filmes, mas às vezes é melhor que os atores não sejam cinéfilos. É preciso ser capaz de fazer seu trabalho em algum momento; você não pode ficar totalmente deslumbrado”. Para quem – como ela – tem a chance de estar em um set de filmagem com seus ídolos, esse definitivamente é um ótimo conselho.
O fato é que muitas pessoas gostam de filmes, mas nem todas podem se considerar verdadeiras cinéfilas. Para entrar nesse grupo seleto de amantes da sétima arte, é preciso se dedicar um pouco mais do que um espectador comum e realmente aprender algumas coisas sobre a história do cinema e o fazer cinematográfico. Mas como saber se você é realmente um apaixonado por filmes, digno de fazer parte desse clube? Selecionamos aqui 10 provas de que você é cinéfilo de carteirinha:
- Os cinéfilos sempre conhecem o trabalho dos grandes cineastas e têm à mão uma lista de filmes favoritos, às vezes citando nomes que não são muito familiares aos espectadores de cinema menos fervorosos. Entre os queridinhos de muitos cinéfilos estão Paul Thomas Anderson, Stanley Kubrick, Ingmar Bergman, Akira Kurosawa, Andrei Tarkovski, Federico Fellini, Alfred Hitchcock, David Lynch, Werner Herzog, Jean-Luc Godard, Spike Lee, Jane Campion, Claire Denis e Agnès Varda.
- Além da listinha de cineastas favoritos, os cinéfilos também têm seus atores preferidos e costumam conhecer o elenco envolvido nos filmes que assistem, associando os atores e atrizes a outras obras já realizadas, mantendo-se a par também das premiações recebidas por cada um deles. Em épocas de grandes eventos, como o Oscar ou o Globo de Ouro, os cinéfilos estão sempre preparados com suas apostas e opiniões para esclarecer os amigos leigos sobre o assunto.
- Um cinéfilo que se preze precisa ter noções básicas sobre os grandes movimentos cinematográficos ao redor do mundo, como o Cinema Soviético, o Neorrealismo Italiano, a Nouvelle Vague Francesa, o Cinema Novo no Brasil, a Era de Ouro de Hollywood, entre outros. Conhecer a história do cinema é também assistir aos seus filmes mais relevantes – não se atendo somente à produção cinematográfica norte-americana, mas ampliando seu repertório para os principais representantes da cinematografia mundial.
- Um bom cinéfilo também conhece os diferentes elementos que fazem parte da produção cinematográfica e sabe identificar a qualidade de cada um desses aspectos em um filme, desde o roteiro até a direção de fotografia, passando pela direção de arte, montagem, atuação, música e edição de som. Justamente por isso, um cinéfilo de verdade considera o cinema como uma expressão artística, não apenas entretenimento.
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- Cinéfilos mais entusiasmados costumam gostar de filmes que se afastam um pouco do circuito hollywoodiano e das salas multiplex que exibem blockbusters, buscando novos olhares e cineastas independentes, que produzam conteúdos diversificados e experimentais ou de vanguarda. Essa busca por diferentes linguagens inclui filmes de países cuja cultura não é tão próxima da brasileira, como os cinemas asiáticos ou africanos.
- Um verdadeiro cinéfilo também é aquele que está sempre por dentro dos festivais e mostras de cinema que acontecem em sua cidade ou região, especialmente os que fomentam produções alternativas e independentes. Ao participar desses eventos, ele (ou ela) aproveita para conhecer pessoas com os mesmos interesses, ao mesmo tempo em que assiste ao maior número possível de filmes. Outra prática dos cinéfilos é conferir os filmes mais aguardados ainda na pré-estreia ou em sua noite de estreia no circuito de exibição (mesmo que isso signifique encarar filas ou ir ao cinema sozinho), para não ter sua experiência prejudicada por spoilers.
- Um hábito comum dos cinéfilos é ler matérias, críticas de filmes ou entrevistas com os realizadores muito antes de comprar os ingressos para ir ao cinema. Assistir aos trailers e clipes disponíveis online também é praticamente uma regra. Revistas, jornais e sites são excelentes fontes de informação para quem deseja se manter atualizado. Publicações especializadas como Film Comment, Sight & Sound e Cahiers du Cinéma são um bom lugar para começar. Além disso, o site IMDb (Internet Movie Database) é uma das mais completas bases de pesquisa para assuntos relacionados ao cinema – ou seja, se você conhece e utiliza essa plataforma, talvez já esteja com um pezinho no clube dos viciados pela sétima arte.
- Os cinéfilos gostam de encontrar outros cinéfilos para discutir e debater sobre filmes, trocar ideias e impressões, até quando discordam uns dos outros. Não há nada melhor do que encontrar sua turma: pessoas que têm algo em comum e adoram conversar sobre esses assuntos. No caso de quem ama cinema, essas pessoas estão nas próprias salas de exibição, em cursos especializados, grupos de pesquisa e cineclubes. Ou, quem sabe, você não consiga “converter” seus amigos em cinéfilos também? Vale a tentativa.
- Um cinéfilo não tem preguiça de fazer verdadeiras maratonas cinematográficas, emendando um filme após o outro para conferir a maior quantidade possível de obras no tempo que tiver disponível. Além disso, esse tipo de espectador tende a assistir aos materiais extras, disponíveis em DVDs ou na internet: making of, cenas cortadas, comentários do diretor, etc. Com a facilidade da televisão a cabo e dos serviços de streaming, saber tudo sobre os filmes é uma tarefa tem se tornado cada vez mais simples. Apesar dessa praticidade toda, um bom cinéfilo também busca regularmente a lista de produções em cartaz nas salas de cinemas, para programar sua diversão no final de semana.
- O fato é que um cinéfilo de verdade nunca vai abrir mão de ver filmes no escurinho do cinema. A sala de exibição, o público, as poltronas aconchegantes, a tela de projeção e toda a magia que estão imbuídas nesse contexto são parte integrante da experiência cinematográfica para os amantes da sétima arte.
Se você se identificou com alguns desses itens, talvez tenha vontade de conhecer mais sobre o cinema ou até já trabalhe na área – o que é uma forma de levar esse amor um pouco além dos outros espectadores. A verdade é que se apaixonar por um filme é algo que quase todo mundo já experimentou, pelo menos uma vez na vida. Quem não se emociona ao ouvir as notas de uma trilha sonora marcante ou lembrar do primeiro filme que viu na tela grande? O cinema tem esse poder, seja você um cinéfilo ou não.
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*Texto de Katia Kreutz e fotos divulgação